“Pilotar um carro do ‘Cavallino Rampante’ representa um sonho para qualquer piloto” (Fernando Alonso)
A Ferrari é a equipe de Fórmula 1 com maior torcida no mundo todo (no Brasil também), disso não há dúvida.
No final da década de 90, como resultado da ida do piloto alemão Michael Schumacher para a Ferrari, esta voltou a ser uma equipe de ponta, brigando por vitórias e lutando pelo título (nunca é demais lembrar que por quase toda a década de 90, a fórmula 1 foi dominada pela então “toda-poderosa” Willians, e suas arqui-rivais Maclaren e Benetton).
Aliás, há muito tempo a Ferrari tentava contratar um piloto de ponta, do tipo “acertador de carros” (dizem que tentou, sem sucesso, contratar o nosso saudoso Airton Senna).
Pois bem, voltando à era Schumacher na Ferrari, nesse período, o outro piloto da equipe se chamava Ed Irvine, irlandês, considerado o piloto mais número 2 da época. Era tudo o que Schumacher queria, ou seja, Ed Irvine pilotava não pra brigar por títulos ou por vitórias, mas apenas e tão somente para ajudar o Schumacher a ser campeão.
Ocorre que no ano de 1999, Schumacher fraturou a perna (ficou fora das próximas corridas) e Irvine percebeu que essa tal vez fôsse sua única chance de ser campeão do mundo.
Ao brigar pelo título, Ed Irvine atraiu para si a ira de Schumacher e também de toda a equipe, sendo despedido no ano seguinte.
Assim, a Ferrari tinha que arrumar outro fiel escudeiro para o alemão.
Rubens Barrichelo, nesse ano plitova pela equipe Stwart e estava indo tão bem, mas tão bem que já nem era mais tão apelidado de “Rubinho Pé-de-Chinelo”.
Aí veio a primeira decepção: a imprensa brasileira dizia que os advogados do Rubinho estavam estudando o contrato, que não ia ter cláusula que o obrigasse a ser o piloto número 2, bla bla bla, bla bla bla. Tudo papo furado. No decorrer das primeiras corridas, já dava pra perceber que o nosso Rubinho ia trabalhar em prol de um ideal maior: “Fazer Schumacher Campeão.”
A estratégia deu certo, com Rubinho a seu lado, Schumacher foi campeão por cinco vezes consecutivas (2000, 2001, 2002, 2003 e 2004). Nestes anos, também a Ferrari foi campeã mundial dos construtores. Só Rubinho não ganhou nada. Quer dizer, não ganhou nada entre aspas, para ser fiel escudeiro do Schumacher tanto o Rubinho quanto o Ed Irvine ganharam verdadeiras fábulas de dinheiro. Não entrarram para a história sendo campeões, mas ficaram milionários.
2005, não foi um ano bom para a Ferrari. Fernando Alonso, pilotando uma Renault, ganharia seu primeiro título mundial e, não sei porque cargas d´água, Rubinho e Schumacher brigaram, sendo que Rubinho passou a ser “persona non grata” nos boxes da Ferrari.
Rubinho foi despedido, mas a Ferrari tinha que contratar outro brasileiro (talvez porque o Brasil seja o 2° maior mercado da FIAT, sendo que ambas, Ferrari e FIAT pertencem ao mesmo grupo econômico, presidido pelo Sr. Luca di Montezemolo).
O escolhido da hora foi o brilhante Felipe Massa (não estou puxando o saco não, considero ele brilhante mesmo).
Aí veio de novo, todo aquele papo furado da imprensa, com o Galvão Bueno falando que o contrato do Massa ia ser diferente, permitia que ele lutasse de igual pra igual com o Schumacher, bla bla bla bla, bla bla bla. Conversa pra boi dormir, Felipe Massa enquanto companheiro de Schumacher, foi tão coadjuvante quanto Barrichelo e Ed Irvine.
Felipe Massa teve mais sorte que os antecessores, pegou Schumacher em final de carreira, doido pra se aposentar. Correram como companheiros de equipe só um ano (2006). Em 2007, a Ferrari tinha que contratar um outro piloto. A bola da vez era o finlandês Kimi Raikkonen que tinha desenvolvido um bom trabalho na inimiga Maclaren.
Kimi Raikkonen veio para ser o piloto número 1 (a Ferrari adora essa história de tratar com diferença os pilotos), só não contava que o Felipe ia dar muito trabalho. No final da temporada, após alguns erros cometidos pelo Massa e tantos outros cometidos pela Ferrari, que prejudicaram muito mais o brasileiro, só três pilotos brigavam pelo título: Alonso, Raikkonen e o estreante Lewis Hamilton.
Dessa vez, a sorte mudou de lado e Kimi, que já foi considerado o piloto mais azarado da Fórmula 1, acabou sagrando-se campeão, contando para isso com erros de Lewis Hamilton e da própria equipe Maclaren, que tinha dois postulantes ao título (Hamilton e Alonso).
No ano seguinte, 2008, Kimi Raikkonen foi uma decepção total, e o título ficou entre o Felipe (Massa) e Lewis Hamilton, só sendo decidido na última curva da última volta da última corrida (não custa lembrar que uma série de erros da Ferrari e a batida proposital do Nelsinho Piquet, acabaram tirando o título daquele que já estava comemorando, com a mão na “Massa”).
Em 2009, a Ferrari não brigou pelo título (muito pelo contrário) e Felipe foi substituído (não a altura) após sofrer um grave acidente. Mas, o ano foi ainda mais desastroso para o piloto Kimi Raikkonen que foi tão mal, mas tão mal que, de piloto número 1, foi despedido antecipadamente (tinha contrato até o final de 2010).
Em seu lugar, a Ferrari contratou o espanhol Fernando Alonso, piloto já consagrado, vem com toda pinta de ser o número 1. Pior para o Massa, que terá de brigar mnuito para ter seu lugar ao sol na equipe (terá mais uma vez que provar todo o seu valor).
Fica aqui a nossa torcida, para que o Massa faça o que nenhum piloto brasileiro jamais conseguiu: ser campeão do mundo, pilotando uma Ferrari…
com colaboração de Brasil Duarte